Acelerada pelo momento, Telemedicina mostra que a tecnologia pode ser eficiente também para salvar vidas
Por Elton Martins
Existem transformações que acontecem no correr de um longo período de tempo, bem devagarzinho, o que nos dá tempo de acostumar com as mudanças e novidades. E existem as transformações relâmpago, que precisam acontecer muito rapidamente pela pressão das emergências. A telemedicina em 2020, em meio à pandemia do novo Coronavírus, está lidando com o segundo tipo de transformação.
Muitas empresas da área da saúde já tinham o desejo de digitalizar processos e trazer mais tecnologia para o seu dia a dia, mas ainda não tinham feito um plano para isso. A atual necessidade de isolamento social catalisou esses planejamentos e a intenção precisou se transformar em ação praticamente de uma semana para a outra.
Uma pandemia que catalisa a telemedicina
Diante de um cenário terrível, a medicina precisou, pela força das circunstâncias, rapidamente se adaptar e se digitalizar. O uso mais significativo da tecnologia na área médica, conhecido pelos termos telemedicina ou medtech, já está em pauta há anos, mas a transformação digital do setor caminhava a passos lentos. Agora, com o desafio imediato de fazer o possível para evitar a contaminação das equipes de saúde ao mesmo tempo que precisa atender à enorme massa de casos suspeitos de forma ágil, o benefício da tecnologia ficou mais claro.
Aplicativos como o Coronavírus – SUS, criado pelo Ministério da Saúde, por exemplo, ajudam a acalmar a população ao avaliar remotamente seus sintomas e indicar se é ou não o momento de procurar um posto de saúde.
Ferramentas de chatbot também auxiliam na comunicação com a população, seja para informar sobre a doença ou para ajudar a avaliar a gravidade dos sintomas, como faz o chatbot da UNICEF, que funciona diretamente pelo WhatsApp.
Até mesmo os atendimentos médicos à distância, por meio de videoconferências, estão sendo testados com mais afinco e sendo autorizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Ainda que tenham sido aprovadas em caráter de excepcionalidade, as práticas de atendimento por teleconsulta são importantes para manter as pessoas dentro de casa e evitam a disseminação da COVID-19. Todas essas iniciativas, intermediadas de alguma forma pela tecnologia, têm ajudado a fazer uma triagem à distância, acalmando os pacientes e coordenando a chegada de casos suspeitos aos hospitais e pronto socorros para evitar o colapso dos sistemas de saúde.
A tecnologia continua parceira da medicina até dentro dos hospitais, quando os pacientes com casos suspeitos precisam de atendimento médico e hospitalar. Para evitar o contágio dos seus profissionais, tão importantes neste momento crítico, alguns hospitais brasileiros estão testando o uso de robôs de telepresença. Acessando os robôs por computadores ou smartphones, médicos, enfermeiros e psicólogos podem fazer atendimentos à distância, circulando pelos corredores como se estivessem presentes no local, “visitando” pacientes de forma segura, sem o menor risco de contaminação.
Com benefícios claros e imediatos, a telemedicina que estava no horizonte vai chegar mais rápido
É terrível viver em tempos de pandemia, e também não vemos a hora dessa situação acabar. Contudo, esse período de grandes desafios poderá trazer um importante legado para a tecnologia aplicada à medicina, que tem agora uma chance única (ainda que triste) de provar o seu valor inclusive em situações de calamidade.
São melhorias como a maior eficiência de alguns processos, como é o caso das triagens feitas remotamente, seja por apps ou por chatbots, que são capazes de atender uma quantidade enorme de pacientes simultaneamente, algo que seria inviável para a tradicional logística hospitalar. O uso de telepresença por robôs ou via videoconferências também protege os profissionais de saúde, que atendem remotamente sem risco de contaminação.
Não são, é claro, as condições ideais para o desenvolvimento da telemedicina. No entanto, é o momento que temos para provar que a tecnologia não serve apenas para trazer mais eficiência e automatizar trabalhos: neste caso em específico, ela será capaz de salvar vidas.
Profissionais da saúde e da tecnologia estão trabalhando juntos, desenvolvendo em tempo recorde novos formatos e soluções que ajudam a preservar vidas e atender pacientes da melhor forma possível. É tempo de ter empatia, de compreender que será necessário fazer muitos refinamentos conforme as soluções vão sendo testadas, mas que tudo é em prol de um bem maior: garantir que vamos passar por esse período conturbado e chegar ao outro lado ainda mais fortes.
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A Devell está empenhada em apoiar as áreas médicas e da saúde para melhorar seus processos e torná-los mais ágeis e seguros. Se você está lidando com um desafio desse ou conhece alguém que poderia se beneficiar de mais tecnologia em hospitais e clínicas, a Devell está disposta a ajudar a encontrar as melhores soluções tecnológicas para esse momento, com agilidade e velocidade.