Inovando do lado de dentro da caixa
Publicado em 2 de setembro de 2019
O uso de tecnologia básica e já popularizada é uma excelente forma de solucionar os problemas do cliente de forma barata e com fácil adoção.
Por Elton Martins
Caixinhas de som inteligentes, reconhecimento facial, machine learning: as novidades estão aí para todo mundo ver, e aumentam a cada dia. A chegada de novos gadgets, a expansão dos dispositivos capazes de conectar à internet (a famosa internet das coisas) e os potenciais avanços tecnológicos possíveis com a chegada da conexão móvel 5G são temas de conferências e festivais de inovação. E é claro que, como uma consultoria de tecnologia, a Devell também se empolga com essas novidades.
No entanto, fazemos questão de lembrar internamente que nem sempre são os últimos avanços da tecnologia que vão resolver os problemas que os clientes nos trazem. Muitas vezes, a solução reside em usar tecnologias bem básicas, já sedimentadas, popularizadas, de fácil acesso e, principalmente, de baixo custo.
Não desdenhe do básico
Nossa turma de desenvolvedores sempre se empolga com as novidades: o mercado está cheio de oportunidades para utilizarmos processamento de linguagem, reconhecimento facial, machine learning, internet das coisas e inteligência artificial. Mas sabe o que foi capaz de trazer eficiência e velocidade em um dos nossos projetos recentes? O bom e velho (e às vezes malquisto) QR code. Em um dos nossos projetos recentes, para a Ambev, toda a autenticação do vai-e-vem da frota de veículos da companhia era controlada por QR codes gerados diretamente pelo aplicativo. A dinâmica era bem parecida com o check-in para embarcar no aeroporto, bem fácil de usar, simples de implementar e o melhor: custo zero. Foi um grande sucesso, usando uma tecnologia bastante simples e nada recente.
Também acontece bastante do cliente chegar para a Devell pedindo “um app” para agilizar um processo ou simplificar um serviço, mas nem sempre um app Android ou iOS é o mais indicado: dependendo do público a ser atingido, um webapp bem feito e simples, que nada mais é que um site com alta capacidade de se adaptar aos ambientes dos dispositivos móveis (ou, como gostam de falar os designers, um site responsivo) dá conta do recado. Para que complicar se a solução pode ser simples?
Os recursos de dentro da caixa
A frase “pensar fora da caixa” já foi usada tantas vezes que hoje virou um grande clichê. Na Devell, a gente adora a oportunidade de pensar criativamente e fazer o briefing de 1 milhão de dólares de verba. No entanto, esses são exercícios para os nossos momentos de aprimoramento – como nas sessões de Dev´s Talk, quando nossos desenvolvedores se reúnem para compartilhar aprendizados e pensar em aplicações práticas das novidades do mercado.
No restante do tempo, o mundo real bate à nossa porta e nos lembra do básico: a maioria dos celulares no Brasil são Android, com uma variedade imensa não só de tamanhos de tela, mas de robustez do equipamento. As comunicações acontecem muito via WhatsApp, e as pessoas estão acostumadas com a instantaneidade e a facilidade dos aplicativos de pedir um carro ou pedir comida. Em tempos de crise, as empresas e empresários que nos contratam não podem se dar ao luxo de fazer um investimento muito alto em gadgets tecnológicos e equipamentos de última geração. É preciso ser capaz de oferecer eficiência com um baixo custo de adoção da novidade.
Por isso, quando vamos desenhar nossas soluções, precisamos lembrar o que já existe dentro da caixa. Quais são os recursos que os nossos clientes já têm acesso? Os colaboradores da empresa têm familiaridade com algum app tecnológico que possamos nos inspirar? Como podemos fazer com que a experiência que os usuários da nossa solução vão ter seja simples, elegante e fácil de compreender?
Essa descoberta do que há dentro da caixa de cada cliente acontece exatamente através do nosso processo de consultoria, quando nos reunimos com o cliente não apenas para “pegar o briefing do que vamos desenvolver”, mas para entender com detalhes o problema que ele precisa resolver, os desafios do caminho e as ferramentas que temos disponíveis.
Desenvolvimento eficiente
Aqui nos nossos bastidores, os desenvolvedores da Devell são convidados não apenas a pensar em soluções eficientes, mas também em codificações eficazes. Quem já trabalhou com apps antes sabe a dor de cabeça que é criar um aplicativo específico para iPhones e outro completamente diferente para aparelhos Android. São muitos testes de versão, com surpresas em cada tipo diferente de plataforma, o que aumenta o prazo de entrega e congestiona o fluxo de trabalho da equipe de desenvolvimento.
Por isso, desde 2015, passamos a adotar o uso do Ionic, uma plataforma de desenvolvimento de aplicações mobile híbridas, que é compatível tanto com iOS quanto com Android. Através do Ionic, nossa equipe faz um único código para o aplicativo que estamos desenvolvendo, mas a funcionalidade sai perfeita qualquer que seja a plataforma que o usuário final preferir usar, seja em um iPhone, um iPad, um smartphone ou um tablet Android.
Esse cuidado com a codificação em uma plataforma eficiente permite economizar a energia dos nossos desenvolvedores, que ao invés de ficarem batendo cabeça com incompatibilidades em diferentes versões do código, são trazidos para a mesa para ajudar a pensar e desenhar as soluções para cada um dos nossos clientes.
O simples que entrega
No festival SXSW, que acontece em Austin, nos EUA, um dos projetos premiados em termos de inovação foi um patinho de pelúcia robótico, que ajudava crianças em tratamento oncológico. Chamado de My Special Aflack Duck, o patinho era bastante básico, em termos de tecnologia – tinha ali um app que se conectava via Bluetooth, alguns cartões de interação que funcionam por aproximação – mas resolvia um desafio médico muito importante: entender o que os pacientes infantis estavam sentindo durante os seus tratamentos contra o câncer. Como algumas crianças têm dificuldade de se expressar para a equipe médica, elas poderiam interagir com o patinho e, por meio das informações do bichinho, médicos e enfermeiros podiam equilibrar o tratamento para torná-lo o mais confortável possível para os pacientes mirins.
Ou seja, não é preciso ser complexo para ser inovador. E é nisso que gosto de acreditar. E é disso que nos orgulhamos com os projetos do nosso portfólio: entregar resultados importantes e relevantes com o máximo de simplicidade e facilidade de uso. É assim que a gente trabalha aqui na Devell. Dentro ou fora da caixa, nosso compromisso é ser usável e eficiente.